segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Blindado Piranha III - Suíça


Desenvolvido pela Mowag Motorwagenfabriken of Switzerland, recentemente adquirida pela General Motors Defense of Canada, o Piranha III identifica uma família de blindados sobre rodas, com trações 6x6, 8x8 e 10x10, disponíveis nas versões Transporte de Pessoal, Comando, Observação, Reconhecimento, Apoio de Fogo, Porta-Morteiro, Ambulância e Transporte de Cargas. A terceira geração do Piranha baseia-se em uma novo design que combina uma estrutura extremamente leve com uma proteção balística aperfeiçoada, alta performance em termos de carga paga versus peso bruto do veículo e aumento do volume interno. São características comuns a todas as versões: motor instalado na parte frontal à direita, suspensão independente, capacidade anfíbia, grande área útil para acomodar sistemas de armas, equipamentos e tropas, e transportabilidade por via aérea em aeronaves C-130 Hércules ou similar. Dois propulsores a jato d'água permitem ao Piranha atingir velocidades de 10 km/h, operando em rios ou no mar. Possui um aparelho de ar-condicionado de 10kW e um aquecedor para operações a temperaturas abaixo de -40° C. Seu sistema de auto-proteção balística é proporcionado pela aplicação de módulos blindados de rápida colocação ou substituição em caso de danos, sistema automático de supressão de incêndio e explosões, oferecendo aos usuários kits de proteção contra minas e NBC. O desenho modular permite a escolha de uma série de motores de grande potência e transmissão automática de torque, que inclue: o alemão MTU 6V 183TE22, de 400 hp a 2.300 rpm; o sueco Scania DSJ9-48A, de 400 hp a 2.300 rpm; os americanos Caterpillar 3126 (350 hp a 2.500 rpm) e Detroit Diesel 6V53TA (350 hp a 2.800 rpm); o britânico Cummins 6CTAA8.3, de 350 hp a 2.200 rpm.

Veículo blindado sobre rodas Piranha III

Passe o mouse sobre a imagem para visualizar o desenho da estrutura do Piranha III

A suspensão hidropneumática ajustável para cada roda, conjugada com um sistema central de calibragem dos pneus (CTIS) e freios ABS, permitem ao blindado um alto nível de mobilidade em qualquer tipo de terreno. O Piranha III, em suas mais diferentes versões, foi adquirido por vários países como a Suécia (13 unidades), Dinamarca (22), Irlanda (65) e Espanha (18). A General Motors produz sob licença o modelo conhecido como LAV III Stryker, com encomendas do Canadá (650 unidades), Austrália (150), Nova Zelândia (105) e 2000 unidades para o US Army, onde formará a base do Mobile Gun System, o qual consiste de um canhão de calibre 105 mm, montado sobre uma torre de baixo perfil da General Dynamics. A empresa britânica Alvis Vickers também está licenciada para produzir e comercializar os veículos Piranha 8x8 e 10x10. Atualmente a Mowag está trabalhando na mais recente versão de seu excelente veículo: o Piranha IV 8x8. O primeiro protótipo já foi completado, com estudo de novos sistemas para proteção balística, incluindo a blindagem do piso contra minas, um novo motor MTU com 544 hp de potência que aumentará sua capacidade de carga, velocidade e alcance. O peso de combate subirá para 24 t, com carga paga de 10 t. Poderá usar armas de 12,7mm, 25mm, 30mm ou canhões de pequeno recuo de 90mm ou 105 mm. Os Fuzileiros Navais do Brasil adquiriram recentemente 30 unidades do modelo do Piranha III.
Usuários: Estados Unidos, Suíça, Canadá, Chile, Austrália, Brasil, Arábia Saudita, Dinamarca, Oman, Suécia e Espanha.


Origem
Suíça
Tripulação
3 homens
Dimensões
comprimento: 6,3 m / largura: 2,7 m / altura:2,2 m
Velocidade
100 km/h (máxima)
Alcance
600 km
Peso
14.000 kg
Motor
Diversas opções (ver texto acima)
Armamento
Diversos: metralhadoras de vários calibres, canhões de 90 ou 105 mm, morteiros ou lança-granadas.

Blindado sobre rodas Patria AMV - Finlândia



O blindado Patria AMV (Armoured Modular Vehicle) é um veículo 8x8 multifunção desenvolvido pela empresa finlandesa Patria em estreita cooperação com as Forças Armadas do país. Os estudos conceituais começaram em 1999 e o primeiro protótipo estava pronto para testes em novembro de 2001. Em 2006 foram entregues as primeiras unidades operacionais ao Exército finlandês. Sua principal característica é seu desenho modular, o qual permite a incorporação de diferentes modelos de torretas, armamentos, sensores ou sistemas de comunicação em uma mesma plataforma, gerando uma família de blindados, fabricados em diversas versões e de acordo com os requisitos operacionais dos usuários. O veículo tem um bom nível de proteção contra minas, podendo suportar explosões de até 10 kg de TNT. Sua proteção balística pode aguentar o impacto de munição tipo APFSDS de calibre 30 mm no arco frontal. Outra importante característica é sua excelente mobilidade, combinada com velocidade e agilidade em terrenos irregulares, proporcionada por sua sofisticada suspensão hidráulica que ajusta o movimento de cada roda individualmente. A velocidade máxima em estradas pavimentadas é de 100 km/h com um alcance operacional de 800 km. O AMV pode ultrapassar rampas frontais com até 60º de inclinação, rampas laterais com até 30º de inclinação, obstáculos com 70 cm de altura, trincheiras de até 2 metros de largura e atravessar trechos alagados com até 1,5 m de profundidade, contando para esta situação com dois propulsores em cada lado da parte traseira que lhe conferem capacidade anfíbia a uma velocidade de até 10 km/h. Sua motorização está a cargo de um motor diesel DI-12 Scania com potência de 480 hp, mas pode ser equipado com motores de outros fabricantes caso seja solicitado pelo país usuário. Está equipado com sistema de transmissão 8x8 integral, com freios a disco e sistema central de calibragem dos pneus, que pode aumentar ou diminuir automaticamente a pressão destes sobre o solo.
O volume interno do AMV é de 13 m³, com carga paga de 10 ton. e peso máximo de combate de até 25 ton. No mercado externo, o blindado é oferecido em três principais variantes: AMV Plataforma Básica que inclue os veículos de transporte de pessoal (APC), de combate de infantaria (IFV), de Comando & Controle (C2), ambulância, reconhecimento e porta-morteiros, contando ainda com uma plataforma extendida Basic L que proporciona maior volume interno; AMV Plataforma de Teto Alto produzido com um compartimento posterior mais largo e mais alto, que facilita a execução de tarefas em seu interior, sendo adequado para versões de veículo de Comando, Controle & Comunicações (C3), posto de comando e ambulância com mais equipamentos médicos; AMV Plataforma de Armas contando com uma estrutura reforçada que pode ser equipada com pesados sistemas de armas, como o morteiro AMOS de 120 mm ou torretas com canhões automáticos de 30 mm, entre outros. Mais de 1.600 unidades do Patria AMV já foram encomendadas, estando em operação nos seguintes países: Finlândia (80), Polônia (997), África do Sul (238), Eslovênia (147), Croácia (126), Suécia (113) e Emirados Árabes Unidos (15). Mesmo com pouco tempo de vida operacional, o blindado Patria AMV já teve seu batismo de fogo. O contigente do Exército da Polônia que integra as forças que atuam no Afeganistão (ISAF - International Security Assistance Force) utiliza 50 Patria AMV, designado Rosomak pelos poloneses, desde 2007. Neste período um veículo foi atingido três vezes por foguetes anti-tanques RPG-7, mas os soldados revidaram o fogo e conseguiram retornar à base sem auxílio externo. Em outro incidente, guerrilheiros Talibans dispararam um RPG-7 contra o arco frontal de um AMV mas a blindagem não foi penetrada. Há informações de que estes veículos também resistiram muito bem a ataques com dispositivos explosivos improvisados (IED) e explosões de minas terrestres. Estes revezes provocaram a ira dos Talibans que apelidaram o blindado de "The Green Demon" (Demônio Verde, devido a cor utilizada na área externa do veículo) e segundo fontes da Inteligência, os guerrilheiros tendem a cancelar seus ataques quando o Patria AMV está presente. Isto só comprova a qualidade deste blindado, que embora tenha origem em um país sem tradição bélica, mostra-se adequado às exigentes condições dos conflitos do novo milênio.

Origem
Finlândia
Dimensões
comprimento: 8,2 m  /  largura: 2,8 m / altura: 2,3 m
Peso
27 toneladas
Velocidade
100 km/h
Alcance
800 km
Motorização
01 motor diesel DI-12 Scania com potência de 480 hp
Capacidade
3 tripulantes + 12 soldados (versão APC)

Blindado sobre rodas BTR-80 - Rússia



Produzido pela empresa russa Arzamas, o veículo blindado de transporte de tropas BTR-80 8x8 entrou em serviço no Exército russo em 1984 e desde então tem sido usado em inúmeros conflitos, por vários países ao redor do mundo, inclusive em operações de paz da ONU. Ao longo do tempo foram desenvolvidas outras versões do BTR-80: veículo de reparo e reboque BREM-K; ambulância blindada BMM; veículo de reconhecimento nuclear e químico RkhM-4-01; e canhão de 120 mm auto-propulsado 2S23 Nona SVK. Totalmente anfíbio o BTR-80 está preparado para carregar dez combatentes: comandante, motorista/mecânico, atirador e sete soldados. Possui sete pequenas aberturas laterais, além de escotilhas blindadas na parte superior que permitem o tiro de dentro do veículo, sem que se exponham ao fogo do inimigo. Está equipado com total proteção NBQ (nuclear,biológica e química), sistema automático de combate a incêndios, esquema de camuflagem e guincho para reboque. A blindagem frontal oferece proteção contra munição perfurante de 12,7mm, as partes superior e inferior do casco podem resistir a munição perfurante de 7.62mm. Dotado de uma torre modelo BPU-1, com duas metralhadoras coaxiais, uma KPTV de 14,5mm e uma PKT de 7.62mm, com giro de 360º e elevação de até 60º pode prover apoio de fogo a unidades de infantaria, destruição de alvos não blindados e defesa anti-aérea aproximada. Conta ainda com seis lança-granadas fumígenas, três de cada lado da torre. O sistema automático de controle da pressão dos pneus permite que o BTR-80 rode por cerca de 200 km mesmo depois de perfurados por munição leve.


Passe o mouse sobre a parte frontal do veículo para visualizar o interior da cabine de comando.
Com capacidade "qualquer terreno" pode acompanhar colunas de carros de combate, transpor trincheiras ou fossos com largura de 2m, operar em temperaturas de até 50º C e em altitudes de mais de 3.000m acima do nível do mar. Seu motor é um Kamaz 7403 diesel, de oito cilindros refrigerado a água, com potência de 260 hp, permitindo que o BTR-80 atinja uma velocidade máxima de 80 km/h em estradas pavimentadas e 9 km/h na água. O posicionamento traseiro do motor obriga os soldados a desembarcarem através de portas laterais, situadas entre o segundo e terceiro eixos, ou pelas escotilhas do teto. A versão posto de comando e controle é conhecida como BTR-80K possui o mesmo armamento, mas inclui ainda dois rádios VHF-173, antena UHF, interrogador IFF automático, sistema de navegação TNA-4, imageador noturno TNP-165A e periscópio para artilharia PAB-2M. A mais recente versão do veículo de transporte de tropas é o BTR-80A, em serviço desde 1994, equipado com canhão automático 2A72 de 30mm com cadência de 300 tiros/min podendo disparar munição tipo AP-T (perfurante traçante), HEF-I (alto explosivo de fragmentação) e HE-T (alto explosivo traçante), além de uma metralhadora coaxial PKT de 7.62mm. Com mais de mil unidades fabricadas, o BTR-80 está em serviço na Rússia e em mais de 20 países, entre eles Turquia, Coréia do Sul, Finlândia, Hungria, Estônia, Ucrânia, Afeganistão, Costa do Marfim, Sri Lanka e Coréia do Norte.


Origem
Rússia
Velocidade
90 km/h
Dimensões
comprimento: 7,7 m / largura: 2,9 m / altura: 2,8 m
Peso
14 toneladas
Alcance
600 km
Motor
Kamaz 7403, com potência de 260 hp
Tripulação
2 tripulantes + 8 soldados

Tanque T- 90 - Rússia



O T-90 é o mais recente desenvolvimento da série de tanques "T" russos e apresenta maiores poder de fogo, mobilidade e blindagem em relação aos seus predecessores, sendo fabricado pela empresa Nizhnyi Tagil. Equipado com um sistema integrado de controle modelo 1A4GT automático, engloba o sistema de controle de disparo do canhão modelo 1A43, o imageador térmico KO1 com alcance de até 1,5 km e o imageador PNK-4S para o comandante. O motorista tem à sua disposição um visor noturno infravermelho modelo TVN-5. A blindagem do T-90 é uma combinação do material convencional com material explosivo reativo (ERA). Seu sistema de alerta está a cargo do Shtora-1, composto de jameador infravermelho, quatro detectores de emissões de laser e lançador de granadas fumígenas. Possui equipamento de proteção NBC (nuclear, biological and chemical). O armamento principal é o canhão 2A46M de 125 mm, estabilizado em dois eixos e coberto por uma luva térmica, capaz de disparar uma grande variedade de munições, incluindo a APDS (Armour Piercing Discarding Sabot), HEAT ( High Explosive Anti-Tank) e HE-FRAG (High Explosive Fragmentation). Este canhão pode disparar mísseis anti-tanque 9M119 Refleks, com alcance de 4 km, guiagem a laser e ogiva de carga oca, capaz de penetrar as blindagens explosivo reativas. Seu armamento inclui ainda uma metralhadora coaxial PKT de 7.62 mm e uma metralhadora de 12,7 mm para defesa anti-aérea. A propulsão do T-90 é provida por um motor a diesel V-84MS, de 840 hp, refrigerado a água. O tanque pode carregar até 1.600 litros de combustível, e pode-se adicionar querosene ou benzina ao diesel, sem danos ao motor. Possui um snorkel para travessias de cursos dágua, utilizável por vinte minutos. O Exército russo utiliza há algum tempo a versão T-90S e em fevereiro de 2001 o Exército indiano assinou um contrato para o fornecimento de 310 unidades deste modelo.
Usuários: Rússia e Índia.


Passe o mouse sobre o canhão do T-90, para visualizar a munição 9M119 Refleks (míssil anti-tanque)


Origem
Rússia
Tripulação
3 homens
Dimensões
comprimento: 9,5 m / largura: 3,8 m / altura: 2,2 m
Velocidade
60 km/h (máxima em estrada)
Alcance
550 km (máximo em estrada)
Peso
46 toneladas
Motor
01 motor diesel V-84 MS, de 840 hp
Armamento
Um canhão 2A46M de 125 mm, uma metralhadora NVST de 12,7mm, uma metralhadora coaxial PKT de 7.62 mm e mísseis anti-tanque 9M119 Refleks

Tanque Merkava - Israel



Com o conhecimento e a experiência adquiridos nas modificações de seus carros de combate, originários da França, EUA e Grã-Bretanha, os israelenses decidiram criar, no final dos anos 60, o projeto de um tanque inteiramente nacional, ao qual denominaram Merkava. Os primeiros estudos datam de 1967 e seguindo algumas orientações do Gen.Israel Tal, veterano de campanhas militares, procurou-se adaptar o tanque às condições locais e eleger alguns princípios fundamentais para sua construção: primeiro e mais importante, deviam garantir ao máximo a sobrevivência da guarnição; a potência de fogo vinha em segundo lugar e a seguir a mobilidade. A primeira unidade produzida, na versão Mark 1, saiu da linha de produção em 1979. Seu desenho nada convencional, com o motor e a transmissão na frente e o compartimento de combate atrás, permitiu colocar uma porta na parte traseira, para escape em caso de emergência ou para transporte de infantaria. Espaçoso, o ambiente da tripulação estende-se de lado a lado do veículo e tem ar-condicionado, um conforto extremamente útil em combates prolongados sob elevadas temperaturas, como nos desertos. A silhueta-alvo oferecida pelo Merkava é a mais baixa possível, com a parte frontal angulosa e a torre apresentando uma pequena seção transversal projetando-se para trás. Isto lhe dá um perfil muito baixo, que lhe permite permanecer virtualmente oculto no deserto, onde há pouca cobertura natural.

Sua espessa blindagem é fundida e soldada sob rigorosos testes de resistência, oferecendo proteção adequada contra explosivos incendiários de fósforo, HEAT e HESH. Saias laterais blindadas protegem a suspensão.
O armamento principal é um canhão de 120 mm, desenvolvido pela IMI, que utiliza cargas HEAT, HESH, APDS e APFSDS. Um morteiro de 60 mm, lançadores de fumaça e três metralhadoras de 7.62 mm constituem o armamento secundário. Um estabilizador de quatro posições ( duas giratórias e duas elevatórias), um computador balístico de controle digital, um telêmetro a laser e um periscópio de 360°, com ampliação de 4 a 20 vezes, constituem o sistema de controle de tiro do Merkava, que conta ainda com imageadores termais para operações noturnas.

A mais recente versão deste tanque foi apresentada pelo Ministério da Defesa de Israel, em junho de 2002, o Merkava Mk4, com novos sistemas eletrônicos, motor mais potente, blindagem e canhão aperfeiçoados, devendo estar operacional em 2004, com uma encomenda inicial de 400 unidades. Um pouco mais largo que o Merkava Mk3, em atividade desde 1990, o Mk4 pode transportar oito soldados de infantaria, uma equipe de comandos ou três macas com feridos. Impulsionado por um motor GD 883 V-12 a diesel, fabricado pela General Dynamics americana, de 1500 hp, representa um acréscimo de 25% na potência em relação ao seu antecessor. Está preparado para resistir a impactos de mísseis ar-superfície, lançados de helicópteros, ou modernas armas anti-tanque de ataque a parte superior do veículo. Conta com detectores e extintores automáticos de incêndio, placas metálicas adicionais na parte de baixo contra minas e proteção contra contaminação NBC.


Tripulação
4 homens
Dimensões
comprimento: 8,7 m / largura: 3,7 m / altura: 2,6 m
Velocidade
55 km/h
Alcance
500 km
Peso
62 toneladas
Motor
GD 883 V-12, de 1500 hp
Armamento
Canhão de 120 mm, um morteiro de 60 mm, três metralhadoras de 7.62 mm e granadas fumígenas

Tanque M1 Abrams - Estados Unidos


Originado do projeto MBT-70, de uma concorrência entre Chrysler e General Motors, vencida pela primeira em 1976, o M1 Abrams possui uma característica inédita: sua fonte de energia é uma turbina a gás Avco-Lycoming. Em fevereiro de 1980 foram entregues as primeiras unidades de um total de 7.250 tanques encomendados pelo Exército americano, que viriam a constituir a base de seu poderio blindado nas décadas de 80, 90 e início do século XXI. Atualmente é produzido pela General Dynamics Land Systems. No total 3.273 unidades da versão M1 e 4.796 unidades da versão M1A1 foram entregues ao US Army, 221 unidades para o US Marine Corps e 880 unidades em co-produção para o Exército do Egito. Aproximadamente 315 unidades da versão M1A2 foram exportadas para a Arábia Saudita e outra 218 unidades entregues ao Kwait. Entre 1996 e 2001, cerca de 600 tanques M1 do Exército americano foram modernizados para a versão atual, a M1A2. O M1 possui características notáveis. Uma delas é ser o blindado mais caro do mundo, mas que apresenta melhorias significativas em relação ao M-60 A3. É mais veloz, alcançando até 72 km/h, com ótima aceleração, atingindo 32 km/h em apenas seis segundos. Possui silhueta muito baixa, oferecendo menor alvo ao inimigo, opera com baixos níveis de ruído e sua turbina produz pouca fumaça. Seu armamento principal é um canhão de 120 mm desenvolvido pela alemã Rheinmetall, podendo disparar munições TPCSDS, HEAT-MP e APFSDS esta com um dardo de urânio empobrecido para penetração. O armamento secundário inclui uma metralhadora Browning M2 de 12.7mm na torreta e uma metralhadora M240 de 7.62mm coaxial. O posto do comandante está equipado com seis periscópios permitindo que ele tenha uma visão de 360° do campo de batalha. Tem também à sua disposição um visor termal da Raytheon, estabilizado, para uso durante o dia ou a noite, com escaneamento de área e aquisição de alvo automáticos. O telêmetro a laser fabricado pela Northrop Grumman tem precisão de alcance de 10m e de discriminação de alvos de 20m. Possui proteção NBC e sua blindagem é recheada com urânio empobrecido, podendo resistir aos mais diversos tipos de munições, além disso, em caso de impacto placas especiais com munição reativa dirigem o sopro da explosão para o alto e para fora, preservando sua guarnição. Dotado com equipamento de visão noturna, telêmetro a laser, computador para controle de tiro e grande mobilidade o M1 Abrams é um adversário difícil ser batido no campo de batalha.
Usuários: Estados Unidos (US Army e US Marine Corps), Egito, Arábia Saudita, Kuwait e Austrália.



Tripulação
4 homens
Dimensões
comprimento: 9,77 m / largura: 3,65 m / altura: 2,89 m
Blindagem
Tipo Chobham (composição secreta)
Velocidade
67 km/h (máx.em estrada)
Alcance
425 km (em estrada pavimentada)
Peso
63 toneladas (pronto para combate)
Motor
Avco-Lycoming AGT-T a gás com 1.500 hp
Armamento
Canhão de 120 mm, duas metralhadoras 7.62 mm e uma 12,7 mm,
6 lançadores de granadas fumígenas e geradores de fumaça.

Tanque Leopard 2 - Alemanha



Sucessor do excelente Leopard 1, que teve mais de 6.000 unidades produzidas, do qual herdou as características de mobilidade, poder de fogo e capacidade protetora da blindagem, o Leopard 2 foi uma resposta aos avanços nos projetos de tanques soviéticos na década de 70 e é sem dúvida um dos mais avançados da atualidade. Propulsado por um motor policombustível, turbo, com 1.500 hp de potência, possui maior distância entre as lagartas e suspensão com barras de torção. Sua blindagem é do tipo Chobham, desenvolvida pelos ingleses, constituída de várias camadas de aço e cerâmica, proporcionando proteção eficaz contra todos os projéteis conhecidos. O sistema de navegação, fabricado pela Litef, subsidiária da Northrop Grumman, combina o modo inercial com o GPS (Global Positioning System). Está equipado com um avançado sistema de controle de fogo, combinando telêmetro a laser e o periscópio PERI-R 17 A2 com visão panorâmica de 360° para observação e identificação de alvos, de dia ou de noite, aparelhos infravermelhos e passivos para visão noturna e canhão totalmente estabilizado, o que o capacita a apontar e atirar em movimento, com alta probabilidade de acerto. Conta com proteção anti-NBC (Nuclear, Biological and Chemical).
A mais recente versão do Leopard 2 é a A6 EX, cujas características estão na tabela abaixo, configuração esta adotada pelos exércitos da Alemanha (225 unidades) e Holanda (180 unidades) para upgrade das versões 2A5, Espanha (219 unidades construídas sob licença) e Grécia (170 unidades) onde venceu acirrada concorrência.
Usuários: Alemanha, Holanda, Áustria, Dinamarca, Espanha, Suíça, Grécia, Polônia e Suécia.



Tripulação
4 homens
Dimensões
comprimento: 9,6 m / largura: 3,7 m / altura: 2,7 m
Velocidade
72 km/h
Alcance
550 km
Peso
55 ton.
Motor
MTU MB 873, de 1.500 hp
Armamento
Canhão Rheinmetall L55 de 120 mm e
02 metralhadoras 7.62 mm

Tanque Leclerc - França



Embora as discussões sobre o desenvolvimento de um novo carro de combate para substituir o AMX-30 datassem de meados dos anos 60 e tivessem continuado por mais de uma década, o projeto só evoluiu mais rapidamente quando a parceria entre a França e a Alemanha, para fabricar um único modelo que atendesse aos requisitos operacionais dos dois países foi desfeita em 1982. A partir de então os projetistas franceses concentraram seus esforços em um desenho próprio e o primeiro protótipo do carro de combate Leclerc foi apresentado em 1989 e a produção do veículo, cujo nome é uma homenagem ao heróico comandante da 2ª Divisão Blindada da França Livre durante a Segunda Guerra Mundial, começou no ano seguinte. Pesando 56 toneladas, o Leclerc é mais leve do que a maioria dos tanques atuais e sua construção compacta proporciona uma excelente relação peso/potência. O armamento principal consiste no canhão CN 120-26/52 de 120 mm, com cadência de 12 tiros por minuto, podendo utilizar todos os tipos de munição padronizados pela OTAN, entre elas a APFSD (armour-piercing fin-stabilised discading sabot) e a HEAT (high explosive anti-tank). Está equipado com um sistema de carregamento automático que permite ao Leclerc disparar em movimento contra alvos também móveis, com alta probabilidade de acerto. Seu armamento secundário é composto por uma metralhadora coaxial de 12,7 mm e uma metralhadora antiaérea de 7.62 mm montada do teto da torre. O sistema digital de controle de tiro, que analisa em tempo real todos os dados provenientes dos sensores e visores do tanque, possibilita tanto ao comandante quanto ao atirador selecionar seis alvos simultaneamente e engajá-los em cerca de 30 segundos.

Para visualizar o interior do Leclerc, passe o mouse sobre a torre do blindado.
O comandante tem à sua disposição oito periscópios e um visor panorâmico estabilizado HL-70, fabricado pela Safran, composto de um designador a laser, uma câmera e um intensificador de imagens. O alcance para reconhecimento é de 4 km e o alcance para identificação de alvos é de 2,5 km. A estação do atirador possui três periscópios e um visor termal estabilizado SAVAN 20, também da Safran, com três campos de visada. O motorista conta com três periscópios, sendo que o do centro é o OB-60, desenvolvido pela Thales Optronique, com câmeras para uso de dia e à noite. O Leclerc está equipado ainda com o sistema de gerenciamento de combate FINDERS (fast information, navigation, decision and reporting system), produzido pela Nexter, que inclui uma tela que apresenta um mapa colorido que mostra a posição dos tanques do esquadrão, a disposição das forças amigas e hostis, designa alvos e pode ser utilizado para planejar rotas ou missões. O sistema de proteção do blindado conta com o Galix, desenvolvido pela Nexter e pela Lacroix, com nove tubos lançadores de granadas de 80 mm dispostos de cada lado da torre do canhão, podendo disparar granadas fumígenas, anti-pessoal e despistadores infravermelho. O Leclerc está equipado com um motor diesel V8X-1500 Hyperbar com potência máxima de 1.500 hp a 2.500 rpm, com sistema de monitoramento eletrônico, e uma turbina a gás de alta pressão Suralmo-Hyperbar, permitindo que ele atinja uma velocidade de 50 km/h em terreno irregular e de 70 km/h em estradas pavimentadas. Embora não divulgada, a blindagem provavelmente é composta de aço, kevlar e materiais cerâmicos, sendo que os últimos modelos fabricados incorporaram uma combinação de tungstênio e titânio. O Exército francês possui 426 unidades do Leclerc e uma variante tropical foi desenvolvida para atender os requisitos específicos dos Emirados Árabes Unidos, que adquiriram 436 unidades do tanque.
Origem
França
Dimensões
comprimento: 9,9 m  /  largura: 3,7 m / altura: 2,5 m
Peso
56 toneladas
Tripulação
3 homens
Velocidade
70 km/h (máxima)
Autonomia
550 (máxima)
Motor
01 motor a diesel V8X-1500, com potência de 1.500 hp
Armamento
01 canhão CN 120-26/52 de 120 mm, 01 metralhadora coaxial M2HB de 12,7 mm
e uma metralhadora antiaérea MG de 7.62 mm montada na torre.

Tanque Challenger - Grã-Bretanha



O projeto do Challenger surgiu após os cancelamentos da encomenda feita pelo Irã em 1974 de 1.200 Shir 2 e do projeto MBT-80 que a Grã-Bretanha desenvolvia com a Alemanha. O carro de combate Shir 2 era um projeto novo, baseado no Chieftain do qual herdara o conjunto motor, armamento e sistema de controle de tiro, porém o chassi e a torre redesenhada com blindagem Chobham (feita de camadas sobrepostas de alumínio, titânio, cerâmica e outros materiais secretos) contavam com maior proteção contra munição HEAT. Assim, em 1980 o Ministério da Defesa britânico anunciou que daria continuidade ao projeto iniciado com o Shir 2, agora rebatizado de Challenger, encomendando 237 unidades para o Exército, com os primeiros exemplares entregues em 1983. O armamento principal consiste de um canhão L11A5 de 120 mm, que pode disparar vários tipos de projéteis como APDS-T (perfurante), HESH (alto explosivo) e fumígena, conectado a um IFCS, sistema avançado de controle de tiro totalmente computadorizado fabricado pela Marconi, e a um telêmetro a laser. Um total de 64 cargas são transportadas, juntamente com 4.000 cartuchos de metralhadora de 7.62 mm. A suspensão hidropneumática além de permitir uma excelente dirigibilidade em terreno acidentado, proporciona uma plataforma de tiro mais estável. Com peso de combate de 62 toneladas, é impulsionado por um motor Rolls Royce CV-12, de 12 cilindros, a diesel, que desenvolve 1.200 hp, permitindo-lhe atingir uma velocidade em estrada de quase 60 km/h.


Passe o mouse sobre a imagem acima para visualizar o desenho estrutural do Challenger

Em 1998 entrou em serviço no Exército britânico o Challenger 2, versão mais avançada desenvolvida pela Alvis Vickers Ltd, com uma encomenda total de 386 unidades. Dotado com o novo canhão L-30, confeccionado com aço eletroescória refinado (ESR), montado em uma torre com rotação de 360° e elevação de -10° a +20°. Está equipado com uma metralhadora coaxial Boeing e uma metralhadora anti-aérea GPMG L37 A2, ambas de 7.62 mm. Sua proteção está garantida pela segunda geração da blindagem Chobham e por um sistema completo NBC (nuclear, biological and chemical protection). Está equipado com uma Plataforma de Informações do Campo de Batalha (PBISA), sistema de navegação inercial e visor panorâmico giroestabilizado VS 580-10, da empresa SAGEM. O sistema de visão noturna TOGS II (Thermal Observation and Gunnery Sight), da Thales Optronics, gera uma imagem térmica do alvo, com ampliação de 4 a 12x, que é mostrada nos monitores do atirador e do comandante. Com seu respeitável poder de fogo, sua eficiente proteção blindada, a ótima mobilidade e a notável adaptabilidade herdadas do Chieftain, o Challenger reúne em alto grau as quatro qualidades básicas exigidas de um bom carro de combate.
Usuários: Grã-Bretanha, Jordânia e Oman.


Origem
Grã-Bretanha
Tripulação
4 homens
Dimensões
comprimento: 11 m / largura: 3,5 m / altura: 2,5 m
Velocidade
56 km/h
Alcance
450 km
Peso
62 toneladas
Motor
Rolls Royce CV-12, a diesel, de 1.200 hp
Armamento
Um canhão L-30 de 120 mm, uma metralhadora coaxial de 7.62 mm e uma metralhadora anti-aérea de 7.62 mm

Tanque Ariete - Itália



O carro de combate Ariete foi desenvolvido pela tradicional empresa italiana Iveco Fiat, sendo que a torre e os sistemas de armas foram desenhados pela Oto Melara. O armamento principal é o canhão de 120 mm, com capa térmica, sistema de extração de fumaça e estabilizado em dois eixos por sistemas hidráulicos, que está apto a disparar todos os tipos de munição, incluindo a HEAT (alto explosivo anti-tanque) e a APFSDS (dardo perfurante de blindagens), com 42 projéteis sendo estocados dentro do tanque. O Ariete pode engajar alvos estacionários ou em movimento, de dia ou à noite, estando ele próprio também parado ou em deslocamento. O armamento secundário é composto de duas metralhadoras de calibre 7.62 mm, com uma coaxial ao canhão e a outra montada na torre e operada pelo comandante do blindado. Para auto-proteção dispõe de disparadores elétricos de granadas fumígenas, dispostos de cada lado da parte superior da estrutura; de um receptor de alerta de iluminação laser, produzido pela BAE Systems Itália, com cobertura de 360°; blindagem adicional em todo o arco frontal do veículo; e sistema de proteção contra ameaças nuclear, biológica e química (NBC), fabricado pela Sekur SpA. O sistema de controle de combate do Ariete é o TURMS FCS, da Galileo Avionica, e inclui um periscópio panorâmico estabilizado, de uso dia/noite, que disponibiliza as imagens em um monitor para o comandante; um visor termal estabilizado e um telêmetro laser para o atirador; e um computador digital de controle de disparo. Este armazena informações dos sensores meteorológico e de velocidade do vento, juntamente com a atitude do tanque, condição do canhão, tipo de munição disponível e dados do alvo a ser eliminado, para calcular os algoritimos de controle de fogo e posicionar o canhão, os sistemas de visão e o telêmetro laser de forma a efetuar um disparo o mais preciso possível. O motorista da viatura, posicionado à direita da parte frontal, possui três periscópios de apoio, sendo que um deles com capacidade de visão noturna passiva, facilitando a condução em deslocamentos em total escuridão. O Ariete é impulsionado por um motor turbo Iveco V-12 MTCA, de 12 cilindros, a diesel, com potência de 1.300 hp. O sistema de transmissão automática da alemã ZF, tem quatro marchas a frente e duas à ré. Pode subir rampas com gradiente de até 60° e atravessar rios com profundidade de até 4 m (com preparação) ou 1,25 m (sem preparação). Atualmente em serviço com o Exército italiano, teve a primeira unidade entregue em 1995 e o último dos 200 tanques encomendados foi anexado em 2002. O Ariete teve seu batismo de fogo no Iraque em 2004.
 
Para visualizar o tanque Ariete por dentro passe o mouse na imagem acima.


Origem
Itália
Tripulação
4 homens
Dimensões
comprimento: 9,6 m / largura: 3,6 m / altura: 2,9 m
Peso
54 toneladas
Velocidade máxima
65 km/h
Motor / potência
Iveco Fiat V-12 MTCA / 1.300 hp
Autonomia
550 km
Armamento
01 canhão Oto Melara de 120 mm e 02 metralhadoras de 7.62 mm

domingo, 20 de dezembro de 2015

JOBBY

Buggies fabricados pela empresa Jobby Indústria e Comércio de Carrocerias Ltda., de Praia Grande (SP), entre as décadas de 80 e 90. Utilizando a tradicional mecânica Volkswagen, seu primeiro modelo era um carro de estilo convencional, com quatro lanternas redondas na traseira; mais característicos eram os faróis retangulares ladeados por curiosas lanternas em meia-lua e os mostradores estranhamente agrupados no centro do painel.
Por volta de 1990 também foi oferecida uma versão com arco tipo targa, de fibra de vidro, encobrindo o santantônio. Na mesma época foi lançado novo modelo com aspecto de jipe e linhas quadradas de agradáveis proporções; tinha duas portas e uma larga barra targa, complementada por capota e portas de lona ou teto rígido e portas de fibra com tampa basculante na traseira.

JERICO MOTORIZADO

Veículo artesanal construído em grande quantidade em Alto Paraíso (RO), o jerico é uma incrível manifestação de criatividade popular na área automotiva, à altura das transformações realizadas em Pernambuco pelos toyoteiros. Descendente direto das carretas agrícolas gaúchas, rústicos caminhões rurais de uso difundido nos estados do sul, foi levado para Rondônia pelos agricultores sulistas que ocuparam o estado, em grandes levas, a partir da década de 70.
O primeiro jerico de Alto Paraíso teria sido obra do catarinense Lino Bogorni, em 1983. Os carros são montados a partir de componentes usados, geralmente Jeeps, picapes e Rurais Willys, dos quais aproveitam o chassi e a transmissão 4×4; é freqüente a instalação de terceiro eixo morto, aumentando a capacidade de carga para 2,5 t. O motor é sempre diesel, de baixa potência – em torno de 15 cv – e reduzido consumo, com um ou dois cilindros refrigerado a ar, normalmente das marcas Agrale e Yanmar, acoplado à caixa de marchas por polias e correias. Com tal mecânica a velocidade máxima não ultrapassa 25 km/h e o gasto de diesel fica limitado a um litro para cada 20 km. Não há capô: a cabine, sempre aberta e construída de madeira, se limita ao assoalho, a um ou dois assentos (muitas vezes também de madeira), um para-choque e dois para-lamas.
Em 2007 a prefeitura estimava a existência de 1.800 jericos no município, contra cerca de 330 automóveis e picapes “convencionais”. Cada carro era diferente do outro. Há mais de dez oficinas na cidade construindo jericos; a mais estruturada delas é a Fábrica de Jericos San Remo, de Sílvio Stedile, funcionando desde 1991, que revisa e restaura todos os componentes usados, comprados a quilo em ferros-velhos do Mato Grosso ao Paraná. Grande parte dos motores estacionários vem de garimpos da própria Amazônia. Nos seus carros, como nos dos demais “fabricantes”, faróis, setas e partida elétrica são opcionais.
Tão arraigados estavam esses veículos na cultura local, que quase que espontaneamente começaram a surgir competições entre construtores. O sucesso foi imediato, levando à institucionalização da Corrida Nacional de Jericos Motorizados, disputada a cada mês de fevereiro no jericódromo de Alto Paraíso, em pista de lama com 580 m de extensão. Hoje na sua 13aedição (2014), a corrida é organizada por categoria, com prêmios em dinheiro; os únicos itens de segurança obrigatórios são cinto e capacete. Com o tempo, começaram a aparecer na competição carros com motor traseiro, construídos sobre plataforma e com mecânica Volkswagen, que vem obtendo bons resultados nas provas. O mais criativo deles, montado pelos irmãos Miller, ganhou tração nas quatro rodas a partir de componentes Volks de várias origens (Kombi, Gol, Passat), cardã do Chevrolet Opala e motor diesel Yanmar de um cilindro. A plataforma original, reforçada com longarinas, recebeu um assento em posição central e um simples assoalho de tábuas de madeira.
A prefeitura de Alto Paraíso trata o rústico carro e suas corridas como atração turística, anunciando a cidade como “Capital do Jerico – a Fórmula I da Amazônia“.

JEG

Produto mais conhecido da empresa Dacunha, de São Bernardo do Campo (SP), o Jeg representou mais uma tentativa de colocação no mercado de um jipe de projeto e fabricação nacionais. Apresentado no X Salão do Automóvel, em 1976, pela firma ABC Diesel Veículos e Mecânica Ltda., o carro tinha carroceria de duas portas e quatro lugares. Construído com chapas de aço dobradas sobre plataforma Kombi Volkswagen com entre-eixos encurtado em 40 cm, dela herdava toda a mecânica VW: motor boxer traseiro refrigerado a ar (1600, carburação simples e 48 cv), quatro marchas sincronizadas, suspensão por barras de torção e freios hidráulicos a tambor. Apenas as rodas foram trocadas por outras maiores, aro 15, com pneus tipo cidade-campo. Como nos jipes tradicionais, tinha acabamento espartano, capota e portas de lona e janelas laterais de material plástico transparente, de enrolar; revelou-se, porém, mais espaçoso e confortável do que os concorrentes. Com 3,30 m de comprimento, apresentava vão livre de 30 cm e quase 1,3 t de capacidade de carga.
O modelo definitivo foi lançado em julho de 1977, com produção de dez unidades mensais. Recebeu então uma versão militar com algumas adaptações para o novo uso, tais como iluminação camuflada, engate para reboque e latão montado na traseira esquerda, como reserva adicional de 20 litros de  combustível (opcional no modelo civil). Na ocasião, o nome da empresa foi mudado para Dacunha Veículos e Mecânica S.A. – referência à controladora Dacunha Transportes (fundada em 1971, era uma das maiores e mais rentáveis “cegonheiras” da época, transportando com exclusividade a produção 0 km Volkswagen).
No XI Salão, em 1978, foram lançadas duas novas versões: TA, com teto rígido de aço, e MC, uma picape com engenhosa capota de lona sanfonada (com a diversificação, o modelo com capota de lona passou a chamar-se TL). Com as novas versões chegou um pequeno retoque na traseira, que perdeu a inclinação existente na altura da tampa do motor, alteração traduzida em melhor aproveitamento do espaço interno. Todos os modelos tinham pequenos estribos tubulares sob as portas, que nos últimos exemplares viriam a ser aumentados, ligando as duas caixas de roda. Os carros também passavam a contar com um sistema de  freio de mão com bloqueio seletivo das rodas traseiras, facilitando o trânsito por terrenos difíceis.
A Dacunha estava atenta, porém, à deficiência comum a todos os utilitários com mecânica VW – a ausência da tração nas quatro rodas – que muito limitava sua aplicação em tarefas fora de estrada mais pesadas. Para resolvê-la, associou-se à empresa de engenharia QT, também de São Bernardo do Campo (formando a Dacunha-QT), e juntas desenvolveram um projeto de conversão das plataformas Volkswagen em veículos 4×4, sistema testado em duas Kombis e depois adequado ao Jeg 4×4, lançado em 1980. O sistema de tração compreendia uma caixa de transferência instalada na saída do câmbio, da qual partia o cardã que acionava o diferencial dianteiro; este continha as mesmas relações do diferencial traseiro, do qual também aproveitava a carcaça. A suspensão dianteira se manteve independente, com barras de torção, recebendo dois semi-eixos, por conta da tração dianteira. A tração 4×4 não era permanente, podendo ser desconectada na caixa de transferência; o carro vinha com roda-livre na dianteira.
Com o novo modelo, a empresa tentou investir nas exportações. Ainda em 1980 um Jeg 4×4 foi embarcado para a República Federal da Alemanha para ser testado pelo exército daquele país, que necessitava renovar 1.200 utilitários de sua frota. Também havia planos de venda de 3.500 unidades para a Grã-Bretanha e o Mercado Comum Europeu. Apesar da expectativa, nenhum grande negócio foi fechado. Para o mercado interno foi projetado e colocado à venda um sistema de transmissão para picapes e caminhões médios e pesados, transformando veículos 4×2 em 4×4, 6×4 ou 6×6 (o equipamento chegou a ser fornecido para a GM, que o utilizou na picape Chevrolet D-20). Na conversão, a Dacunha-QT utilizava caixas de transmissão de produção própria e adquiria eixos de tração e suspensões da Cobrasma, que os fabricava segundo projeto da QT.
A falta de estrutura industrial da empresa, aliada à falta de perspectivas de vendas para as Forças Armadas brasileiras, que na época não admitiam veículos com motor traseiro, levou à suspensão da produção do Jeg em 1981. O número total de unidades fabricadas é impreciso; segundo informações de ex-funcionários da empresa foi superior a 500, poucas delas com tração nas quatro rodas. Um único exemplar recebeu motor diesel VW e algumas alterações na carroceria: grade e radiador dianteiros (da Kombi), faróis e lanternas quadrados e laterais frisadas para melhor estruturar a lataria. A Dacunha Transportes continuou em operação até 2000, quando vendeu o controle para outra empresa do setor.

GRILLO

Mula mecânica construída em São Paulo (SP) por Luiz Alberto Mange Rosenfeld, então engenheiro da Ford (posteriormente diretor industrial da Mitsubishi e, desde 2010, presidente daSuzuki do Brasil). Luiz Alberto já tinha experiência na concepção e montagem de veículos, pois era conhecido em Interlagos por construir os monopostos de Fórmula Vê que pilotava.
O Grillo foi concluído em 1983, tomando por base elementos mecânicos da picape F-75 (ex Willys) montados num chassi reto de perfis U. O carro tinha 2,00 m de distância entre eixos, tração nas quatro rodas, suspensão por molas semi elípticas, motor dianteiro (quatro cilindros em linha refrigerado a água, 2,3 l, 99 cv) e posto de comando avançado. Não havia cabine propriamente dita, mas uma gaiola tubular protegida por um toldo de lona e um para-brisa plano. Tinha 32 cm de vão livre e 1,3 t de capacidade de carga. Foi exemplar único.
grillo
De caráter estritamente funcional, o 4×4 Grillo chegou a ser colocado em produção (fonte: 4×4 & Cia).

GAIATO

Lançado em 1969 pela Tambatajá S.A. Indústria de Carrocerias de São Paulo (SP), firma que pouco antes produzira o esportivo Lorena, o simpático jipinho Gaiato foi um dos primeiros derivados Volkswagen com carroceria de plástico reforçado com fibra de vidro construídos no país – e um dos mais originais. Utilizava plataformas VW sem cortes ou alterações mecânicas e seu estilo de linhas quadradas e superfícies planas, com quatro portas, enorme tampa de acesso ao motor e lanternas traseiras da Kombi, dava-lhe ares de jipe e a impressão de ser mais longo do que efetivamente era (media apenas 3,60 m de comprimento). Podia levar teto rígido ou capota de náilon conversível e tinha para-brisa rebatível. Era vendido completo ou sob a forma de kit e teve relativo sucesso nos dois ou três anos em que foi produzido.

EQUUS (II)

Buggy produzido em Fortaleza (CE) pela Industrial Veículos Vendetta Equus Ltda., entre o início dos anos 90 e 2005. Eram três modelos: Future, Maxxis e Uniko, os dois últimos um pouco mais equipados. Tinham dianteira de linhas quadradas, faróis retangulares e santantônio duplo ligado ao arco do para-brisa, podendo ser equipados com capota de lona (“de inverno”) ou cobertura de fibra de vidro (“de verão”); as lanternas traseiras, montadas na horizontal, eram da Kombi. Utilizavam chassi tubular de projeto próprio, onde era instalada a mecânica Volkswagenrefrigerada a ar; a resina plástica e a fibra de vidro envolviam o chassi formando um conjunto único com a carroceria (a estrutura dos buggies Equus era tida como uma das melhores do Ceará). A suspensão dianteira permanecia a original (por barras de torção), mas a traseira era substituída por tensores e molas helicoidais. As últimas séries tinham freios a disco na frente, tração seletiva e coluna de direção retrátil.
Em 2004, almejando conquistar parte do mercado da também cearense Troller, a empresa apresentou o Thundix, um jipe também com carroceria de fibra de vidro, chassi em perfis de aço (em U), tração nas quatro rodas, suspensão por molas helicoidais do utilitário russo Niva e motor VW AP, de 1,8 ou dois litros. Segundo a empresa, as especificações podiam mudar ao gosto do comprador, pois o carro (estranhamente) estava preparado para ser montado sobre qualquer mecânica e sistema de transmissão disponível no mercado, nova ou usada, de origens e concepções díspares tais como “S10, Hylux, Vitara, Ranger, L200, Niva“. A Equus se responsabilizava pela fabricação dos chassis e carrocerias, que seriam vendidos sob a forma de kits. Seria nomeada uma rede de franquias, que se encarregaria da montagem do veículo, utilizando os órgãos mecânicos escolhidos pelo cliente. O (esperado) insucesso do projeto Thunder levou ao fechamento da empresa em 2005.

ENVESA

Em 1996, a empresa Envesa Engenharia de Veículos e Reboques Ltda., de Londrina (PR), adquiriu nove conjuntos de componentes do jipe EE-4 em um leilão promovido pela massa falida daEngesa. Dois anos depois, após a bem-sucedida experiência de montá-los e revendê-los, arrematou mais 40 unidades, iniciando sua comercialização com a marca Envesa. Lançados em agosto de 1999, no Festival Brasil Off-Road, os carros foram sendo construídos aos poucos, sob encomenda, com algumas alterações mecânicas e estéticas com relação ao original. Havia apenas uma opção de motor, o diesel Maxion de quatro cilindros e quatro litros (turbo ou aspirado, 125 ou 90 cv); foi ainda instalada uma caixa de redução. Todas as demais características foram mantidas (caixa de quatro ou cinco marchas, suspensão por molas helicoidais e freios a disco na frente), porém utilizando diversas peças fabricadas pela própria empresa, dentre as quais eixos, barra e coluna de direção e discos de freio.
Visualmente, sua maior diferença frente ao EE-4 estava no sistema ótico: o Envesa tinha quatro faróis, um farol adicional por trás da grade, lanternas de posição âmbar nas quatro extremidades laterais e “olhos-de-gato” junto às portas. Também o vão entre a grade e o pára-choque dianteiro era mais pronunciado. Apesar desta “maquiagem”, direção hidráulica, capota de lona e até o banco traseiro eram vendidos como opcionais. Para o futuro, a Envesa previa capota e portas de fibra de vidro, nova suspensão (“mais moderna e confortável“, ignorando os dotes excepcionais do projeto original), alterações no chassi e utilização de freios a disco nas quatro rodas. Também prometia, para quando concluída a montagem do estoque inicial, o lançamento de uma picape e uma carroceria de novo desenho. Nenhum destes projetos foram adiante. A empresa permanece em operação e ainda produz o veículo por encomenda.
<envesa.com.br>
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