Quando se fala em veículos conceito, normalmente para a maior parte das pessoas, logo se vem a mente carros que muitas vezes estão fora da realidade (pelo menos a curto prazo) e que em sua grande maioria representam apenas sonhos e especulações do que os modernos projetistas pensam para os carros do futuro, invariavelmente incorporando neles design e recursos que estão mais próximos de um filme de ficção do que da nossa realidade. Não estão de todo erradas as pessoas que pensam assim, entretanto há uma boa quantidade de empresas, cujos conceitos realmente procuram uma aplicação prática e realista. Um bom exemplo desta linha de engenheiros, vem do conceito Ford Mighty F-350 Tonka.
Certamente quando a palavra é carro conceito, a palavra design vem imediatamente e, a Ford Tonka pelo menos neste aspecto não foge muito a regra. Mas mesmo ousando em relação ao conservador segmento de picapes, o veículo da Ford procura manter-se viável, no que diz respeito à aparência, assim suas linhas refletem um exemplo bem claro de como poderão ser as F-Series (Série F) em um futuro bem próximo. Mas não é apenas aparência ou estilo o diferencial da Tonka, que buscou no passado de um fabricante de brinquedos inspiração. Em 1947, a Mound Metalcraft Company começou a fabricação do que viria a ser, poucos anos mais tarde, o veículo de brinquedo mais famoso nos EUA, o pequeno caminhão de brinquedo em metal, pintado tradicionalmente em amarelo. Segundo a empresa estes caminhões deveriam ser extremamente duráveis e oferecer o máximo de diversão.
Da mesma forma, a versão conceito para adultos do famoso brinquedo, deverá oferecer o máximo em robustez, versatilidade, confiabilidade e prazer na condução, apoiados em tecnologia e design modernos, tudo isto com o objetivo de manter a liderança em vendas da série F de pequenos caminhões e picapes, conseguida e mantida ao longo dos últimos 20 anos.
Esteticamente a Mighty Tonka, ao mesmo tempo que inova no design futurista, transmite a robustez exigida de um veículo desta categoria, seja pelas linhas salientes para além da lateral, formada pelos arcos das grandes rodas de 22 polegadas envolvidas por pneus especiais Goodyear, que são duplas no caso do eixo traseiro. A grande quantidade de acabamentos cromados em todo o veículo, bem como na imensa grade dianteira, ajudam a conferir o aspecto de robustez, ao mesmo tempo que reforçam o apelo visual.
Entretanto, apesar das linhas acentuadamente destacadas de elementos como o capô e pará-lamas, o restante da carroceria segue um padrão bem "clean" e liso, que se segue na grande área envidraçada, realçada tanto pelo recorte com rebaixo nas portas dianteiras, como pela ausência da coluna B (coluna central dos veículos). O fato da Tonka não dispor da coluna central não é meramente estético, mas sobretudo tem papel funcional, propiciando facilidade de acesso á cabine, na medida em que as portas traseiras são articuladas atrás, fazendo com que abram em sentido contrário às dianteiras.
A comodidade no acesso à cabine não vem somente do sistema de abertura de portas e da ausência da coluna central, mas também da suspensão pneumática - que despensa molas - que faz a Tonka baixar 5 polegadas quando uma das portas é aberta, retornando à sua altura normal quando é fechada. A suspensão pneumática além do trabalho de alteração na altura quando do acesso, permite maior conforto dinâmico e ajuste do veículo às situações de rodagem em diversos tipos de pavimento e às condições de carga da picape.
Internamente, além da sofisticação conseguida pelo emprego de couro nos bancos e demais revestimentos, o acabamento metalizado dos instrumentos de inspiração aeronáutica e guarnições, completam o aspecto moderno. Assim como nas soluções externas, dentro do veículo a preocupação não é apenas estética, mas funcional também, com a possibilidade de customização da posição dos instrumentos e dos assentos dianteiros que apoiados em um sistema de suspensão totalmente ajustável, para melhor ergonomia e conforto. Os bancos traseiros são rebatíveis e uma caixa central multifuncional entre o console central e o passageiro dianteiro, pode ser revertida em um sexto assento.
Para impulsionar a Mighty F-350 Tonka, um novo motor V8, denominado Power Stroke Diesel Super 600, que pela primeira vez em um veículo Ford recebe um câmbio de cinco velocidades automático, chamado de PowerTorqTM. Este V8, de 6.0 litros e 32 válvulas , desenvolve generosos 350 cavalos de potência a 3300 rpm e 600 lb.ft (83 kgfm) de torque a 2000 rpm, razão do Super 600 no nome. Uma novidade neste motor, vem do novo sistema de turbo compressor EVRTTM (Eletronic Variable Response Turbocharger), que varia o fluxo de ar pela turbina a fim de diminuir o turbo lag, bem como aumentar as quantidades de ar em baixos e médiaos regimes de funcionamento do motor, otimizando a potência nestas condições.
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Além do novo sistema de turbo, o motor conta com um também novo sistema hidráulico chamado de HLA (Hidraulic Launch Assist), composto de um motor/bomba reversível, que guarda a energia empregada em desacelarações em um acumulador, sob a forma de compressão de fluídos e empregando-a na retomada de velocidade por até 10 segundos, conseguindo assim melhor desempenho e economia, que segundo o fabricante pode chegar até a 30%. Até 80% da energia cinética do veículo pode retornar para o sistema motriz, auxiliando no movimento da Tonka.
Não bastasse esta lista de novidades, esta picape conceito ainda conta com sistema de tração integral nas quatro rodas Torquemaster, com possibilidade ainda ao motorista de escolher distribuir o torque entre as rodas da direita ou da esquerda, ou detrás ou da frente. Todo o sistema de iluminação (faróis, luzes de indicação de direção, luzes internas), utiliza a tecnologia de leds, conseguindo melhores níveis de luminosidade, que não é exatamente uma novidade, mas pela primeira vez é empregada em um veículo desta categoria.
Na verdade, a lista de inovações para a série F, reveladas através deste conceito, é ainda um pouco mais ampla, mas nem mesmo a Ford divulgou amplamente todos os itens já que alguns ainda encontram-se em fase de desenvolvimento. Resta agora esperar que este não seja mais um projeto a ir parar no fundo de um arquivo ou no museu da empresa e que num futuro breve possamos vê-la rodando pelas ruas. |
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